A Polícia Civil do Paraná (PCPR) resgatou um adolescente, de 13 anos, que foi vítima de um falso sequestro em Irati, no Sudoeste do Estado, no dia 15 de abril. O jovem foi localizado pelos policiais no mesmo dia do crime em uma rua no centro da cidade.

O crime ocorreu por meio de ligações e mensagens de aplicativos enviadas pelos criminosos ao adolescente, que trabalha em uma distribuidora de gás. Inicialmente, durante seu horário de trabalho, ele recebeu um primeiro telefonema no qual os criminosos fizeram perguntas sobre a localização da empresa e, posteriormente, anunciaram que se tratava de um assalto.

Após o contato inicial, os suspeitos instruíram o jovem a retirar dinheiro do caixa da distribuidora e a efetuar recargas em números de telefone indicados por eles. Após as tentativas frustradas em farmácias, o adolescente conseguiu realizar, em uma lotérica, duas recargas no valor de cem reais cada.

Na sequência, os criminosos ordenaram que a vítima se dirigisse a uma praça pública e exigiram números de telefone de contatos próximos a ele.

Em posse destas informações e usando um número desconhecido, os criminosos ligaram para o pai do adolescente, a quem anunciaram o sequestro e exigiram dinheiro pelo resgate. Mais tarde, também entraram em contato com a mãe, a quem demandaram um pagamento de R$ 700. 

Segundo o delegado da PCPR Gabriel Marinho, os suspeitos utilizaram meios para convencer aos pais de que se tratava de um sequestro real.

"Os criminosos enviaram fotos do adolescente aos pais e o reuniram, em uma mesma chamada, com o pai, de modo que, ao ouvir a voz do filho, passou a acreditar que estariam com ele", explica.

A mãe, após não conseguir realizar a transferência bancária devido ao nervosismo, decidiu ir à delegacia para relatar o ocorrido, momento em que as equipes policiais iniciaram as diligências para averiguar as informações e esclarecer se se tratava de sequestro real.

O Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (TIGRE) da PCPR foi acionado para auxiliar às buscas ao jovem. Uma equipe foi imediatamente deslocada de Curitiba para Irati para prestar orientações e realizar diligências a fim de identificar a origem das chamadas dos criminosos e a localização do adolescente.

Com a identificação que as chamadas estavam sendo originadas no Estado do Rio de Janeiro, confirmou-se a suspeita de que o sequestro era falso. Assim, outra equipe intensificou as buscas pelo adolescente nas ruas da cidade.

A situação foi esclarecida quando o adolescente foi localizado pelos policiais. O falso sequestro foi desarticulado e a vítima, que estava ilesa, foi reunida com sua família.

As investigações seguem para identificar e prender os responsáveis pelo crime.

ORIENTAÇÃO - A PCPR alerta a população para evitar golpes do falso sequestro. Não devem ser fornecidas informações pessoais, como nomes, local de trabalho, contatos de familiares e amigos próximos ou mesmo fotografias, visto que os criminosos se utilizam de dados repassados pela própria vítima para sustentar o anúncio do falso sequestro.

Além disso, a PCPR ainda orienta que, em casos semelhantes, não se negocie com os criminosos. As vítimas devem procurar, imediatamente, a unidade da PCPR mais próxima e ter em mãos o maior número de informações possíveis, como número telefônico de quem anunciou o sequestro, chave PIX indicada para transferência, bem como e-mail, nome, conta em redes sociais e número telefônico da pessoa anunciada como sequestrada.