A Polícia Civil do Paraná (PCPR) participou do seminário Oitivas e Interrogatórios Policiais: Gerando Resultados, Garantindo Direitos e Protegendo Pessoas promovido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) em Brasília. O evento aconteceu nesta terça (30) e quarta-feira (31).

O encontro foi pensado para reunir gestores da segurança pública a fim de abordar técnicas de entrevistas não coercitivas para testemunhas, suspeitos e vítimas.

A PCPR foi representada pelos agentes de polícia judiciária Thayse Mileski, da Delegacia da Mulher em Arapongas, e Giorglli Pain, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa de Curitiba. Os dois são professores da disciplina de Técnicas de Entrevista Investigativa da Escola Superior da Polícia Civil (ESPC) e integrantes do grupo de professores supervisores do Laboratório de Ensino e Pesquisa em Cognição e Justiça (CogJus).

Antes mesmo do início do seminário, eles estiveram na Casa da ONU, em Brasília, onde participaram de um evento formativo sobre conhecimentos e habilidades que possam ser utilizados para ensinar e implementar métodos de entrevista que priorizam a construção de rapport e a comunicação não-coercitiva. Este curso foi ministrado por um policial da Scotland Yard, que é a polícia judiciária da Inglaterra.

Após este evento, os participantes se reuniram no MJSP a fim de acompanhar o seminário, que é resultado da colaboração entre a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), o CogJus, o Escritório da ONU sobre Drogas e Crime (UNODC), a Convention Against Torture Initiative, a Norwegian Centre for Human Right da Universidade de Oslo (Noruega) e profissionais especialistas das polícias Federal e Civil.

Durante o seminário, os debates abordaram técnicas que possuem como base a ciência para que o policial consiga obter provas dependentes de memória com maior qualidade, confiabilidade e respeitando os direitos humanos. O objetivo é que essas provas possam ser utilizadas no inquérito policial e isso leve à elucidação de crimes.

Segundo Thayse Mileski, a PCPR já tem implementado novas técnicas de entrevista investigativa desde o ano de 2022, quando assinou um acordo de cooperação técnica com o CogJus. Por isso, o seminário foi um momento para também compartilhar conhecimentos com as polícias de outros estados.

"Para nós, este evento foi extremamente relevante, pois permitiu que trocássemos informações e aprimorarmos os nossos métodos de ensino aplicados no Paraná. Além disso, tivemos aula com um instrutor internacional sobre outros modelos aplicados em entrevistas de crimes de maior complexidade, o que vai trazer reflexos na atuação da PCPR, buscando sempre a elucidação dos crimes e o melhor serviço à população", afirma.

Com os conhecimentos adquiridos em Brasília, os dois policiais civis paranaenses retornam ao Estado, onde terão a oportunidade de divulgar as informações aos demais agentes da PCPR.