PCPR e MPPR prendem 15 pessoas em operação contra organização criminosa ligada ao tráfico de drogas em diversos estados do Brasil 09/08/2023 - 11:11

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) e o Ministério Público do Paraná (MPPR) prenderam 15 pessoas em uma operação deflagrada nesta terça-feira (8) contra uma organização criminosa responsável por distribuir drogas no Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro e região Nordeste do Brasil. Estima-se que o prejuízo causado ao crime organizado durante as investigações seja superior a R$ 30 milhões.   

Dentre as prisões estão oito por mandados de prisão preventiva e sete em flagrante. Ainda foram cumpridos  45 de mandados de busca e apreendidas 12 armas, incluindo uma metralhadora, R$ 107,5 mil em espécie, R$ 1,2 milhão em cheque, 12 veículos avaliados em R$ 2 milhões, capa de colete balístico e simulacro de arma de fogo.

Além disso, foi feito o sequestro de sete caminhões avaliados em R$ 2,6 milhões, quatro semirreboques em R$ 470 mil e oito bens imóveis, avaliados em R$ 16 milhões. Além do bloqueio de 17 contas-correntes e do afastamento de um policial civil do Estado de São Paulo, suspeito de integrar o grupo. 

A ação aconteceu simultaneamente em Toledo, Pato Bragado, Entre Rios do Oeste e Curitiba, no Paraná, em Balneário Camboriú, Camboriú e Içara, em Santa Catarina e em Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco.    

“A partir das diligências foi possível apurar a participação de cada integrante, o modo com que cada um agia dentro da organização criminosa de maneira ordenada e com a distribuição de tarefas. Também apuramos que os integrantes obtinham valores em recursos financeiros com a venda do entorpecente e que esses valores eram lavados através de empresas de fachadas e de laranjas”, afirma a delegada da PCPR Franciela Alberton. 

O trabalho aconteceu de forma integrada com o Ministério Público do Paraná. O promotor de justiça Sandres Sponholz afirma que a 6ª Promotoria de Toledo ofereceu o suporte procedimental durante as investigações da PCPR.  

“A partir do momento que a PCPR iniciou as investigações, demos o apoio no sentido de estabelecer as tratativas junto ao poder judiciário e conseguir as medidas cautelares para que fosse possível o desenvolvimento das diligências”, completa. 

INVESTIGAÇÕES- As investigações de alta complexidade iniciaram em março de 2023, após a PCPR e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreenderem aproximadamente duas toneladas de maconha em um caminhão frigorífico. A substância ilícita estava em um fundo falso no interior do veículo.    

Após a ação, a PCPR cumpriu um mandado de busca e apreensão em uma chácara, utilizada para que o grupo criminoso fizesse o carregamento da droga, no município de Toledo, no Oeste do Estado. No local, os policiais civis identificaram um segundo caminhão frigorífico contendo fundo falso, grande quantidade de munição de fuzil e um bunker sob um chiqueiro de porcos, onde o entorpecente era armazenado.   

Na sequência das investigações, foram identificados diversos suspeitos de envolvimento nos crimes, os quais, de forma organizada e com divisão de tarefas, carregavam a droga na região dos Lagos do Iguaçu e distribuíam para Curitiba, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Nordeste do País.    

A investigação da PCPR apontou que a distribuição do entorpecente era feita através de caminhões carregados com cargas frigorificadas, escolhida pela dificuldade de fiscalização destas, já que o rompimento do lacre pode comprometer o produto.   

O caminhão seguia para o carregamento nas empresas já contendo a droga em fundos falsos, fato desconhecido do embarcador. Com as notas fiscais do produto lícito, seguia até o destino.     

A PCPR também apurou que os indivíduos mascaravam os valores oriundos do comércio dos entorpecentes através da aquisição de bens móveis e imóveis, com o intuito de ocultar o real proprietário.   

A investigação, que durou quatro meses, gerou um prejuízo aproximado de R$ 30 milhões para os criminosos, sendo mais de R$ 20 milhões em bens que foram alvos de sequestros durante a operação, aproximadamente R$ 700 mil em bens apreendidos durante as investigações e cerca de R$ 7 milhões em drogas apreendidas.   

Conforme apurado, os chefes da organização criminosa ostentavam padrão de vida elevado, com apartamentos e casas milionárias, viagens, carros luxuosos e veículos aquáticos.  

CRIMES- Os indivíduos podem responder por organização criminosa, tráfico de drogas e associação ao tráfico. Caso condenados, a pena pode chegar a 38 anos de reclusão, bem como pelo crime de lavagem de dinheiro, com pena de até dez anos de reclusão por cada conduta perpetrada. 

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