PCPR conclui investigações e indicia quatro pessoas por homicídio ocorrido em trio elétrico 31/01/2023 - 14:05

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) concluiu as investigações do homicídio de Laurize Oliveira e Ferreira, de 43 anos, ocorrido no dia 15 de novembro de 2022, no bairro Centro Cívico, em Curitiba. A vítima estava tocando como DJ em um trio elétrico quando fios de telefonia bateram no caminhão e ocasionaram a queda da mulher. Quatro pessoas foram indiciadas por homicídio doloso.

Durante as investigações de alta complexidade, a PCPR realizou diversas diligências, como oitivas de 26 testemunhas e análise das imagens de câmeras de segurança da região. Após apuração dos fatos, foi constatado que o trio elétrico possuía uma altura superior à permitida pela legislação e não era autorizado o tráfego durante o evento. A altura do veículo era 5,40 metros, enquanto os cabeamentos da via onde ocorreram os fatos mediam entre 5,13 metros e 6 metros.

Conforme a delegada da PCPR Camila Cecconello, a empresa responsável estava ciente dos fatos e dois colaboradores teriam contratado auxiliares para erguerem os cabos que iriam passar pelo caminhão. Eles não tiveram treinamento e não contavam com equipamentos de segurança. Na ocasião, assim que a fiação aproximou da área que a vítima estava, o caminhão continuou fazendo a curva e um dos rapazes não conseguiu ter força para levantar os cabos, atingindo a estrutura do trio e ocasionando a queda da vítima.

A PCPR também apurou que o motorista assumiu o risco de causar lesões a terceiros no momento em que aceitou conduzir um veículo com altura e dimensões superiores às permitidas, com pessoas em cima e passando sob fiações. “Ele alegou que devido ao tamanho do trio e por não ter visão nos retrovisores, não era possível visualizar o que estava acontecendo na parte traseira. Além disso, estava dirigindo com o tacógrafo vencido, o que impediu a averiguação da velocidade por parte da perícia”, ressalta a delegada.

AUTORIZAÇÃO- De acordo com testemunhas, a empresa do trio elétrico obteve autorização do Departamento de Estradas e Rodagens (DER) para trafegar nas rodovias estaduais no evento, porém o documento foi emitido com base em dados falsos indicando uma altura menor do caminhão. Além disso, a documentação necessária não foi apresentada pela empresa à prefeitura do município, que autorizou a realização do evento mas não a participação do veículo.

CONCLUSÃO- Foram indiciados os dois colaboradores e a proprietária da empresa, além do motorista do trio elétrico. Todos responderão por homicídio doloso, visto que agiram em desacordo com as normas e assumiram o risco de matar. Caso sejam condenados, a pena varia de 6 a 20 anos de reclusão.

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