Delegado da PCPR investe tempo livre em fotografia de paisagem 05/10/2020 - 18:01

O delegado da Polícia Civil do Paraná (PCPR), Luís Rogério Ramos Sodré, 48, adotou a fotografia de paisagem como hobby. O servidor paulista, que atualmente está lotado em Cascavel, região Oeste do Estado, faz parte do time da instituição há 16 anos e dividiu um pouco dessa experiência em uma entrevista. 

Conte um pouco sobre o seu início na fotografia. De onde surgiu o interesse por esse hobby? 

Como delegado, eu sempre trabalhei a maior parte do tempo com crimes violentos. Trabalhei por muito tempo na homicídios em Cascavel, no grupo de diligências especiais em Foz. Isso gerava um estresse, um cansaço mental, e surgiu pra mim a necessidade de ter uma válvula de escape, algo para diminuir o estresse e a tensão. Foi aí que veio a fotografia. Até então eu nunca tinha tido contato, nem com pessoas que fotografavam. Comprei uma câmera fotográfica profissional há uns três anos e comecei de forma desinteressada, só nos finais de semana. Logicamente, é um hobby pra mim, porque o trabalho principal é a polícia. Eu exerço a fotografia nos horários de folga, nas férias. Fui desenvolvendo conforme o tempo e hoje praticamente todo meu tempo livre é usado pra fotografar. 

Onde o senhor costuma fotografar e como escolhe os lugares? 

Eu sou fotógrafo de paisagem e natureza. A paisagem engloba a fotografia natural, urbana, rural, inclusive aqui na região onde eu moro tenho mais possibilidades de fazer. Mas, o que mais eu gosto é fotografar no litoral paranaense e catarinense, porque me agrada clicar paisagens referentes ao mar, costas. Eu faço um planejamento mínimo com a escolha do local, através de aplicativo como Google Maps, Google Earth, e me desloco no dia seguinte de manhã. Eu gosto de fotografar cedo, ao nascer do Sol, pois entendo que tenho a melhor luz pra isso, e gosto principalmente de locais com acidentes geográficos como pedras, encostas, que são atrativos melhores pra paisagem. Chegando no local, muitas vezes mudo de acordo com a luz ou elementos como chuva e névoa que surgem, por isso não faço um planejamento absoluto. 

Em quais plataformas o senhor publica os ensaios fotográficos e como acontecem as premiações para alguns dos seus trabalhos? 

Minhas imagens são publicadas em galerias exclusivas para fotógrafos, como 500px e Flickr, com alta resolução. Mas a minha principal galeria é a do Instagram, que eu atualizo quase diariamente. Tem também fotos publicadas no Facebook e no meu site. Em relação a premiações, as mais importantes que recebi foram de 2018 e 2019, por menção honrosa no Festival Internacional de Brasília. Fui premiado no site do Guru Shots, que é um site de desafio fotográfico americano e consegui, por duas vezes, premiação nas categorias minimalista e preto e branco. 

Nesse período de prática da fotografia, o senhor já percebeu alguma diferença na sua relação com o trabalho? O senhor recomenda a atividade para os colegas de profissão? 

Eu acho que a mudança não é no trabalho em si, mas na forma de encarar o trabalho. A fotografia trouxe alívio na depressão, estresse, ansiedade. Você passa a trabalhar com mais tranquilidade, porque um delegado de polícia é colocado sempre a resolver problemas e tomar decisões o tempo todo, então eu vejo que há uma melhora nessa questão a partir do momento em que há essa válvula de escape. Eu recomendo aos colegas policiais que pratiquem esse hobby. É bem interessante, você vai passar a ter uma atividade completamente diferente do dia-a-dia, e isso traz benefícios. A fotografia exige estudo, dedicação, então vai tomar um tempo da sua vida, que de outra forma poderia ser usado para pensar em coisas irrelevantes. 

*Os ensaios fotográficos podem ser encontrados no website https://www.rogeriosodre.com/.

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