PCPR realiza segunda edição do curso de orientação a jornalistas em áreas de conflito armado 02/07/2019 - 16:00

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) realizou, na sexta-feira (28), a segunda edição do curso de orientação à imprensa em áreas de conflito armado, em Curitiba. Vinte jornalistas de diversos meios de comunicação participaram do treinamento, que durou 13 horas e envolveu desde protocolos de atendimento em locais de crime até à prática policial nas ações de rotina. O objetivo do curso é oferecer instrumentos de segurança aos profissionais para que eles colaborem com o trabalho policial e ao mesmo tempo possam executar as coberturas jornalísticas.

A repórter da Rede Paranaense de Comunicação (RPC), Helen Anacleto, afirmou que a experiência do curso foi mais do que profissional. “Meu pai foi policial civil por quase 30 anos e por várias vezes durante o curso eu tive lembranças das coisas que meu pai contava. Foi muito legal, não só como jornalista, mas como pessoa”, disse. 

As atividades práticas do período da tarde foram uma oportunidade para Helen adquirir mais conhecimento com os protocolos de segurança. “Já estive em alguns conflitos armados, entre polícia e manifestantes, e a forma como a gente se comporta nessas pautas é preponderante para a nossa segurança”, analisou. 

Helen garante que as experiências de exposição ao gás lacrimogênio e ao choque do dispositivo elétrico paralisante foram fundamentais para os profissionais entenderem dos efeitos e formas de lidar com estes tipos de armamento durante as pautas. “A forma como os profissionais passaram esses conteúdos foi muito didática e atrativa. Foi intenso e uma experiência única, recomendo aos colegas. Não é só o curso, acabamos conhecendo uma instituição que é muito séria e saio com ainda mais confiança na Polícia Civil”, complementou. 

O repórter da TV Bandeirantes, Marco Rafael Pires, destacou a importância das aulas sobre local de crime.  Há cerca de três anos o jornalista estava em ronda, na Capital, quando copiou uma ocorrência de vítima baleada no bairro Vila Verde. Logo em seguida, o repórter buscou o endereço no GPS e chegou rapidamente ao local, antes mesmo dos policiais e dos socorristas. Marco lembra ter visto apenas vítima e algumas pessoas em volta. “Eles olharam receosos. Ameacei de descer do carro, mas quando percebi que nem a polícia, nem o Corpo de Bombeiros haviam chegado, decidi esperar”, lembrou.

ROTINA JORNALÍSTICA – O dia a dia dos jornalistas é muito semelhante ao dos policiais. Deslocamentos a locais de crimes, apuração da verdade e investigação são algumas das atividades desenvolvidas por ambas as profissões. No curso os participantes tiveram a oportunidade de aprender mais em detalhes sobre o trabalho da PCPR.

“Para nós que fazemos o jornalismo policial para televisão e estamos quase todos os dias em cenas de crime, agora temos conhecimento mais específico sobre a atuação policial e de como um passo errado pode atrapalhar toda a investigação. Isso acaba enriquecendo mais o jeito de informar e o jeito de respeitar o ambiente de local de crime”, avaliou o repórter da Rede Massa, Douglas Bandeira.

Para o editor da Gazeta do Povo, Marcos Xavier, o curso foi fundamental em diversos aspectos. Frente à violência que coloca em risco até mesmo os profissionais da imprensa durante as coberturas, as orientações fornecidas pala PCPR ajudam os jornalistas a resguardar a segurança. “Como disseram no curso, em primeiro lugar está a nossa própria segurança, assim como a dos policiais. E muitas vezes como não temos essa capacitação não sabemos como nos portar e onde ficar”, disse.

A preservação de vestígios em locais e crime e o conhecimento mais aprofundado sobre o procedimento investigatório de competência da PCPR também foram pontos que fizeram a diferença no treinamento, afirmou Xavier.

INSTRUÇÃO DE TIRO – O delegado Luís Fernando Artigas Júnior foi responsável por instruir os jornalistas em tiros com arma de fogo. Com experiência de mais de 20 anos na instrução de uso de armamentos, Artigas considerou positivo o resultado do momento com a imprensa. “Para nós, abre um canal de comunicação muito interessante com a imprensa e sensibiliza todos sobre o uso da arma de fogo e o trabalho policial de uma forma geral”, contou.

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