PCPR prende 13 pessoas suspeitas da venda irregular de terrenos de cemitério em Ibiporã 03/10/2019 - 17:10

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) prendeu 13 pessoas, 10 homens e três mulheres, suspeitas de integrarem uma organização criminosa envolvida na venda de terrenos no Cemitério Municipal São Lucas, em Ibiporã, na região Norte do Estado, na quinta-feira (3). A quadrilha removia cadáveres enterrados para liberar terrenos para a venda. Foram encontradas ossadas depositadas em locais irregulares, até mesmo em baixo do aparelho de controle de ponto dos funcionários do cemitério.

Quinze veículos, um imóvel e dezenas de equipamentos de academia foram apreendidos mediante ordem judicial. Também foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão em endereços ligados à quadrilha nas cidades de Ibiporã, Londrina e Jataizinho.

Segundo as investigações, o diretor cemitério seria o líder da organização criminosa. O homem ocupa cargo público municipal, além de ser comissionado como diretor do local há mais de 10 anos. Também estão entre os alvos empresários locais, representantes de duas funerárias de Ibiporã e demais indivíduos ligados ao líder do grupo.
Um vereador do município também é alvo de investigação da PCPR. Conforme apurado, ele teria indicado a terceiros a venda de terrenos no cemitério, por intermédio da fraude.
O ESQUEMA – A PCPR apurou que o diretor do cemitério exigia vantagem indevida de pessoas carentes de Ibiporã e demais regiões próximas, que pretendiam enterrar entes queridos no local. Ele dizia às vítimas que os terrenos eram de domínio particular e por isso era necessário pagar para usá-los.

Os valores exigidos variavam entre R$ 2 mil e R$ 22 mil. O dinheiro era dividido entre o diretor do cemitério e demais investigados, bem como entre outros indivíduos ligados ao líder do grupo criminoso.

Além disso, os criminosos ludibriavam famílias que tiveram familiares mortos em acidentes de trânsito e resgatavam de forma integral o dinheiro decorrente do Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT).

Um dos integrantes do bando passava-se por advogado, recebia o dinheiro e não repassava para as vítimas. Ele alegava que o valor resgatado teria sido destinado a despesas funerárias, incluindo a compra do terreno. Geralmente, o “advogado” era indicado por representantes das funerárias envolvidas no crime.

As investigações da PCPR apontam que para vender os terrenos ilegalmente, o grupo retirava indevidamente as ossadas depositadas no cemitério e na sequência fazia o descarte em locais impróprios.

Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, concussão e vilipêndio a cadáver.

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