PCPR e MJ realizam curso para fortalecimento de polícia judiciária em Curitiba 19/09/2019 - 17:00
A Polícia Civil do Paraná (PCPR) e o Ministério da Justiça (MJ) realizam, entre os dias 16 e 20 de setembro, o primeiro curso para fortalecimento de polícia judiciária, em Curitiba. No primeiro dia do evento os policiais civis paranaenses tiveram a oportunidade de acompanhar as palestras do ministro da Justiça, Sergio Moro, do secretário nacional de Segurança Pública, Guilherme Theophilo, e do delegado federal, Paulo Lacerda.
Para o delegado-geral adjunto, Riad Braga Farhat, a abertura do evento com a presença do ministro da Justiça foi ótima. “Não poderia ter começado de maneira melhor, já que o ministro tem uma visão moderna de integração e de grandes investigações. Essa fala dele reconhecendo a importância das investigações para o combate à corrupção nos deixou muito contente e esperançosos. É o que precisamos, de muito apoio do governo federal, pois investigação requer tecnologia e pessoal”, avaliou.
Na abertura do evento, Farhat destacou a política de enfrentamento a criminalidade em países desenvolvidos, que focam no alcance dos autores e cumprimento de pena pelos criminosos. “Para que a gente possa descobrir os autores e para que eles cumpram pena, precisamos de uma polícia judiciária forte. Países que têm uma polícia judiciária forte têm baixos índices de criminalidade”, disse o delegado-geral adjunto. Ele avaliou que aumentar as penas através do Legislativo é um caminho que se mostrou pouco eficaz no país e, por isso, pediu apoio ao governo federal às polícias judiciárias de todo Brasil.
MJ - O secretário nacional de Segurança Pública garantiu que a política de segurança no país inclui o fortalecimento das polícias civis. “A polícia judiciária passou muitos anos na invisibilidade, mas estou querendo mudar essa ideia”, disse Theophilo. O secretário afirmou que por onde o curso já aconteceu, os resultados apareceram a curto prazo.
Como no Estado já existem delegacias de combate à corrupção, Theophilo tem expectativa em melhorar o compartilhamento das informações. “É fundamental a união entre as polícias, porque hoje está muito estanque, cada um dentro do seu quadrado e ninguém se comunicando. Quando começarmos a nos comunicar mais, trocar informações, o ‘baque’ do crime organizado será muito grande”, conclui o secretário nacional de segurança pública.
O diretor de ensino e pesquisa da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), Jorge Pontes, informou que o Paraná é o sexto estado brasileiro a receber o Programa de Fortalecimento de Polícia Judiciária (PFPJ). “O objetivo é mostrar para as polícias civis das 27 unidades da federação o processo de amadurecimento pela qual a Polícia Federal passou, principalmente pela autonomia em relação ao poder executivo”, falou.
Pontes enfatizou a necessidade da seletividade em relação a carga de investigações com um olhar da sociedade. “Nós não vamos abandonar os inquéritos de menos importância, mas nós vamos dar mais atenção aos inquéritos mais relevantes para a sociedade, atingindo os estratos mais altos da criminalidade, principalmente a corrupção sistêmica e o crime institucionalizado, como fraudes em licitações, que causam prejuízo de milhões de reais”, reforçou o diretor.
CURSO - O PFPJ terá a exposição de delegados das últimas três décadas da Polícia Federal, que irão contar as experiências em operações e prisões contra presidentes da república, governadores de Estado, magistrados, e os próprios policiais federais envolvidos em corrupção.
O diretor de ensino e pesquisa da Senasp, Jorge Pontes, afirma que a ideia é inspirar os policiais civis a trabalhos semelhantes. “As Polícias Civis também podem fazer o mesmo trabalho que a Polícia Federal, porque os quadros se equivalem”, considerou Pontes.
Para os próximos anos, o MJ planeja fazer outras rodadas de curso de fortalecimento, com enfoque no crime organizado através da apreensão de bens, gestão das polícias, trabalho de corregedoria e corrupção interna. Segundo o diretor da Senasp, o objetivo é recuperar o passivo do órgãos com as polícias civis. “Com certeza nos próximos encontros haverá espaço para delegados do Paraná apresentarem seus trabalhos”, disse.
PARTICIPANTES – O investigador da PCPR, Mateus Calabresi Liutti, está entusiasmado para acompanhar as palestras do curso na Escola Superior da Polícia Civil (ESPC). “Espero extrair bastante conhecimento para no dia a dia podermos avançar nas nossas investigações. Um caso legal e que a gente espera é a do delegado Marcio Ancelmo, que apresentará a Lava Jato”.
Já no primeiro dia, Liutti considerou produtiva a palestra do ministro Sergio Moro. “Ele fez uma diferenciação boa entre os métodos clássicos e especiais de investigações. A gente já conseguiu desenvolver junto com o Ministério Público do Paraná a infiltração de agentes, que foi fundamental para desarticular a maior corrupção sistêmica do Estado, que envolveu a Receita Estadual. Se a gente não inovar e usar desses meios a gente tem muita dificuldade para avançar. É importante replicar isso no dia a dia”, afirmou o investigador.
Segundo o delegado da PCPR, Leandro Farnese Teixeira, a iniciativa do MJ e da PCPR vão ao encontro do descaso que a instituição enfrentou nos últimos anos. “A Polícia Civil do Paraná está dando um passo importante na capacitação dos servidores, porque não adianta ter estrutura adequada sem pessoal capacitado”.
Para Teixeira, a discussão sobre integração também é essencial para a eficiência da investigação. “Os estados não se comunicam. São comunicações que ocorrem por ofício. Trabalhei em Nova Esperança no Norte do Estado e era difícil ter informações de cidades de outros estados que estavam a 30 quilômetros de distância”, avaliou.
A delegada da PCPR, Patrícia Paz, destacou o intercâmbio que o curso proporciona aos servidores. “Conversar com quem tem experiência faz com que o nosso trabalho possa ser mais eficaz do que já vem sendo feito”. Assim como outros participantes, Patrícia espera obter mais detalhes sobre a operação Lava Jato.
A palestra do primeiro delegado da investigação, Marcio Anselmo, promete oferecer novas visões sobre o maior processo investigatório sobre corrupção do país. “Ele tem importância nacional e mais ainda no Estado. Já tive oportunidade de ir em palestras dele e ele conta que, a partir de uma investigação pequena e aplicação de técnicas, o trabalho chegou a uma grande operação”, disse Patrícia.
Para o delegado-geral adjunto, Riad Braga Farhat, a abertura do evento com a presença do ministro da Justiça foi ótima. “Não poderia ter começado de maneira melhor, já que o ministro tem uma visão moderna de integração e de grandes investigações. Essa fala dele reconhecendo a importância das investigações para o combate à corrupção nos deixou muito contente e esperançosos. É o que precisamos, de muito apoio do governo federal, pois investigação requer tecnologia e pessoal”, avaliou.
Na abertura do evento, Farhat destacou a política de enfrentamento a criminalidade em países desenvolvidos, que focam no alcance dos autores e cumprimento de pena pelos criminosos. “Para que a gente possa descobrir os autores e para que eles cumpram pena, precisamos de uma polícia judiciária forte. Países que têm uma polícia judiciária forte têm baixos índices de criminalidade”, disse o delegado-geral adjunto. Ele avaliou que aumentar as penas através do Legislativo é um caminho que se mostrou pouco eficaz no país e, por isso, pediu apoio ao governo federal às polícias judiciárias de todo Brasil.
MJ - O secretário nacional de Segurança Pública garantiu que a política de segurança no país inclui o fortalecimento das polícias civis. “A polícia judiciária passou muitos anos na invisibilidade, mas estou querendo mudar essa ideia”, disse Theophilo. O secretário afirmou que por onde o curso já aconteceu, os resultados apareceram a curto prazo.
Como no Estado já existem delegacias de combate à corrupção, Theophilo tem expectativa em melhorar o compartilhamento das informações. “É fundamental a união entre as polícias, porque hoje está muito estanque, cada um dentro do seu quadrado e ninguém se comunicando. Quando começarmos a nos comunicar mais, trocar informações, o ‘baque’ do crime organizado será muito grande”, conclui o secretário nacional de segurança pública.
O diretor de ensino e pesquisa da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), Jorge Pontes, informou que o Paraná é o sexto estado brasileiro a receber o Programa de Fortalecimento de Polícia Judiciária (PFPJ). “O objetivo é mostrar para as polícias civis das 27 unidades da federação o processo de amadurecimento pela qual a Polícia Federal passou, principalmente pela autonomia em relação ao poder executivo”, falou.
Pontes enfatizou a necessidade da seletividade em relação a carga de investigações com um olhar da sociedade. “Nós não vamos abandonar os inquéritos de menos importância, mas nós vamos dar mais atenção aos inquéritos mais relevantes para a sociedade, atingindo os estratos mais altos da criminalidade, principalmente a corrupção sistêmica e o crime institucionalizado, como fraudes em licitações, que causam prejuízo de milhões de reais”, reforçou o diretor.
CURSO - O PFPJ terá a exposição de delegados das últimas três décadas da Polícia Federal, que irão contar as experiências em operações e prisões contra presidentes da república, governadores de Estado, magistrados, e os próprios policiais federais envolvidos em corrupção.
O diretor de ensino e pesquisa da Senasp, Jorge Pontes, afirma que a ideia é inspirar os policiais civis a trabalhos semelhantes. “As Polícias Civis também podem fazer o mesmo trabalho que a Polícia Federal, porque os quadros se equivalem”, considerou Pontes.
Para os próximos anos, o MJ planeja fazer outras rodadas de curso de fortalecimento, com enfoque no crime organizado através da apreensão de bens, gestão das polícias, trabalho de corregedoria e corrupção interna. Segundo o diretor da Senasp, o objetivo é recuperar o passivo do órgãos com as polícias civis. “Com certeza nos próximos encontros haverá espaço para delegados do Paraná apresentarem seus trabalhos”, disse.
PARTICIPANTES – O investigador da PCPR, Mateus Calabresi Liutti, está entusiasmado para acompanhar as palestras do curso na Escola Superior da Polícia Civil (ESPC). “Espero extrair bastante conhecimento para no dia a dia podermos avançar nas nossas investigações. Um caso legal e que a gente espera é a do delegado Marcio Ancelmo, que apresentará a Lava Jato”.
Já no primeiro dia, Liutti considerou produtiva a palestra do ministro Sergio Moro. “Ele fez uma diferenciação boa entre os métodos clássicos e especiais de investigações. A gente já conseguiu desenvolver junto com o Ministério Público do Paraná a infiltração de agentes, que foi fundamental para desarticular a maior corrupção sistêmica do Estado, que envolveu a Receita Estadual. Se a gente não inovar e usar desses meios a gente tem muita dificuldade para avançar. É importante replicar isso no dia a dia”, afirmou o investigador.
Segundo o delegado da PCPR, Leandro Farnese Teixeira, a iniciativa do MJ e da PCPR vão ao encontro do descaso que a instituição enfrentou nos últimos anos. “A Polícia Civil do Paraná está dando um passo importante na capacitação dos servidores, porque não adianta ter estrutura adequada sem pessoal capacitado”.
Para Teixeira, a discussão sobre integração também é essencial para a eficiência da investigação. “Os estados não se comunicam. São comunicações que ocorrem por ofício. Trabalhei em Nova Esperança no Norte do Estado e era difícil ter informações de cidades de outros estados que estavam a 30 quilômetros de distância”, avaliou.
A delegada da PCPR, Patrícia Paz, destacou o intercâmbio que o curso proporciona aos servidores. “Conversar com quem tem experiência faz com que o nosso trabalho possa ser mais eficaz do que já vem sendo feito”. Assim como outros participantes, Patrícia espera obter mais detalhes sobre a operação Lava Jato.
A palestra do primeiro delegado da investigação, Marcio Anselmo, promete oferecer novas visões sobre o maior processo investigatório sobre corrupção do país. “Ele tem importância nacional e mais ainda no Estado. Já tive oportunidade de ir em palestras dele e ele conta que, a partir de uma investigação pequena e aplicação de técnicas, o trabalho chegou a uma grande operação”, disse Patrícia.