Flagrantes por videoconferência agilizam o trabalho da PCPR 08/10/2019 - 11:20

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) implantou centrais de flagrantes por videoconferência no Interior do Estado. Até o momento, 98 municípios já contam com o serviço que deve ser expandido. O novo sistema emprega tecnologia e inovação, trazendo mais eficiência ao trabalho policial, além de otimizar recursos humanos.

Os resultados impactam tanto na PCPR, com a liberação de policiais civis para se dedicarem às atividades de investigação, quanto às demais forças de segurança, pois o tempo de permanência dos agentes nas delegacias para conclusão dos procedimentos de flagrantes é reduzido consideravelmente.

As cidades beneficiadas fazem parte de sete subdivisões regionais da PCPR: Cascavel, Francisco Beltrão, Guarapuava, Laranjeiras do Sul, Paranaguá, Pato Branco e Ponta Grossa. O plantão remoto começou a ser implementado no segundo semestre do ano passado nas divisões de Pato Branco e Francisco Beltrão.

Em maio desse ano o projeto foi estendido para as divisões de Cascavel, Guarapuava, Laranjeiras do Sul e Ponta Grossa. A mais recente foi a divisão de Paranaguá em 1º de setembro. A PCPR planeja centrais de flagrantes em outras cinco subdivisões da PCPR: Jacarezinho, Cornélio Procópio, Paranavaí, Umuarama e Foz do Iguaçu. A meta é que até dezembro essas divisões passem a operar com este fluxo. As próximas regiões a serem avaliadas para receber o projeto serão Arapongas, Apucarana, Telêmaco Borba, Toledo e Maringá.

PLANTONISTAS – Os procedimentos das prisões em flagrante das delegacias locais passam a ser feitos através de videoconferência, por uma equipe plantonista lotada na sede de cada subdivisão. Um delegado e um escrivão são escalados para fazer o plantão diário para cada uma das regiões. Na outra ponta, as equipes trabalham por videoconferência com os investigadores plantonistas, que estão nas delegacias. Todo procedimento é gravado, garantindo rito normal ao auto de prisão em flagrante.

EFICIÊNCIA – O delegado-geral adjunto, Riad Braga Farhat, afirma que as centrais vêm para ajudar no trabalho das forças de segurança em atuação no Interior. Antes do uso da videoconferência, era comum policiais civis estarem sempre restritos à vida na comarca, já que poderiam estar sujeitos ao recebimento de um plantão.

Da mesma forma, os policiais militares responsáveis pelo flagrante conseguem concluir o procedimento com mais rapidez e ficarem disponíveis para outra ocorrência, sem precisar aguardar a chegada de policiais civis de sobreaviso.

“Ao fazer isso nós liberamos os demais delegados, escrivães, deixando apenas um 24 horas por dia à disposição da Polícia Militar para realização dos flagrantes. Isso acelera, e muito, os trabalhos da Polícia Civil, desafogando uma gama gigantesca da instituição”, diz Farhat.

AMPLIAÇÃO
 – O delegado-chefe da divisão do Interior da PCPR, Lanevilton Moreira, afirma que o projeto traz vários benefícios, pois oferece mais transparência ao serviço de polícia judiciária, dá mais credibilidade aos resultados apresentados, diminui o tempo de resposta e permanência de equipes de policiais militares em unidades policiais e ainda melhora a qualidade de trabalho do policial.

“É um programa amplo que já está sendo executado em várias regiões do Estado. Agora vamos implementar uma fase de avaliação dos resultados já alcançados, da metodologia de trabalho para que possamos fazer melhorias e fechar o atendimento em 100% dessa forma”, explicou Moreira.

OITIVAS GRAVADAS – O delegado-chefe da subdivisão da PCPR em Paranaguá, Rogério Martins, também destaca as melhorias. “Agiliza muito o trabalho, pois as oitivas antes precisavam ser digitadas pelo escrivão e hoje são gravadas”, ressalta ele.

“Além disso, com apenas um delegado e um escrivão para cobrir o plantão de flagrante, as demais autoridades policiais conseguem somar esforços nos inquéritos em curso, sem precisar parar o trabalho para atender uma situação flagrante.”

QUALIDADE – A qualidade do procedimento de flagrante melhora muito com o uso da videoconferência, na avaliação do delegado-chefe da subdivisão da PCPR em Cascavel, Fernando Zamoner. “As informações ficam mais fidedignas e conseguimos colher mais detalhes. É mais fácil perceber se a pessoa está falando com franqueza ou faltando com a verdade. O depoimento fica mais especializado”, diz ele.

Diferente do que costumava ocorrer, “o acusado não pode mais alegar que houve omissão de informação no papel”, explica Zamoner. A gravação do depoimento garante confiabilidade aos relatos prestados nas delegacias.

ACESSO ONLINE – Os benefícios vão além do trabalho da PCPR, já que o Poder Judiciário e o Ministério Público têm acesso online e imediato ao material. Isso contribui com a qualidade das peças e com a velocidade com que serão analisadas pela justiça. Além de poupar dinheiro e permitir que os policiais civis se dediquem às investigações, pois não há a necessidade de deslocar viaturas e agentes, que antes tinham de levar os procedimentos em papel até o fórum.

O delegado-chefe da subdivisão em Francisco Beltrão, Valderes Scalco, afirma que o novo modelo é impulsionador da prestação de um serviço de excelência à população do Paraná. “É sem dúvida uma ferramenta que trouxe a otimização dos recursos humanos e materiais, pois é prática, econômica, rápida e, sobretudo, nos traz confiabilidade e segurança, já que todos os procedimentos são elaborados dentro do sistema próprio da Polícia Civil”, finaliza.

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Confira o número de municípios por região atendida

Cascavel – 6 municípios
Francisco Beltrão – 26 municípios
Guarapuava – 14 municípios
Laranjeiras do Sul – 10 municípios
Paranaguá – 7 municípios
Pato Branco – 16 municípios
Ponta Grossa – 19 cidades
Total = 98 municípios

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